40 anos do maior título do Guarani

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40 anos do maior título do Guarani

Um time do interior vencer o Campeonato Brasileiro, contra os grandes e principais clubes do Brasil, parece uma tarefa das mais difíceis, beirando o impossível. E, de fato, é.  Mas em 1978, esta máxima foi quebrada. Aliás, a única na história do futebol brasileiro. O Guarani Futebol Clube, de Campinas, em 13 de agosto de 1978, com um trio de ataque de nomes diferentes, como Capitão, Careca e Bozó, se tornava o 1º e único Campeão Brasileiro do Interior do Brasil até hoje.

A vitória na final, contra o Palmeiras, colocava definitivamente o Guarani em destaque no cenário nacional e internacional. Os jogadores, formados principalmente com jovens e da base do Guarani, como Careca, com apenas 17 anos, surpreenderam durante todo o campeonato, especialmente na fase final, com 11 vitórias consecutivas. Aliás, este é o recorde até hoje de vitórias consecutivas de um clube em todas as edições do Campeonato Brasileiro. O grande técnico, Carlos Alberto Silva, jovem treinador mineiro, que tinha feito um bom trabalho na Caldense (MG), era o maestro dos grandes craques bugrinos como Zenon (que veio do Avaí/SC), Careca, Renato (o que mais atuou, em 31 jogos), Mauro, o grande goleiro Neneca, Bozó, Capitão, Zé Carlos, Mauro, Édson, enfim, um timaço.

Na final, 2 vitórias contra o Palmeiras. A 1ª, no dia 10 de agosto, uma quarta-feira, mais de 100 mil pessoas no Morumbi assistiram a grande atuação do Bugre, que venceu por 1 a 0 com gol de pênalti de Zenon, cometido pelo experiente goleiro da seleção brasileira, Leão, que foi expulso pelo árbitro Arnaldo César Coelho após um soco na cabeça do jovem atacante Careca. Na 2ª partida, no Brinco, mais de 25 mil pessoas viram Careca fazer o gol da vitória e do título. Uma curiosidade desta final foi a entrega da taça de campeão apenas no vestiário, e não no campo, como é o usual. Alguns justificam esta ação por conta da invasão ao gramado da torcida bugrina. Mas também há informações de que a CBD, atual CBF, não gostou do Guarani não ter aceito jogar as 2 partidas da final no Morumbi e, então, teria feito pouco caso da vitória bugrina na final, optando pela entrega apenas no vestiário.

Também tenho, particularmente, uma história interessante sobre esta final. Meu saudoso pai, Maurício, que era santista, tinha um fusca, placa final 13. E a concessionária CACIC, que ficava na Avenida Imperatriz Leopoldina, fez uma promoção que premiava com 1 par de ingressos para a final àqueles que eram proprietários de carros com placa final 13, data do jogo. Claro que, com apenas 3 anos, meu pai optou por não me levar. E, pequeno, chorei muito e, então, a CACIC me deu um quebra cabeça do lançamento do novo Passat 1978. Meu pai foi no jogo com meu primo Luiz Zazia e foram testemunhas desta conquista histórica. Lembranças que guardamos na memória.

Em 1979, pelo título de campeão brasileiro em 78, o Guarani teve o direito de disputar a Taça Libertadores da América e, assim como no Campeonato Brasileiro, a equipe teve grande destaque, ficando em 3º lugar, perdendo para o Olímpia, do Paraguai, que se tornou Campeão da Libertadores em 1979.

Depois, o Bugre ainda disputaria outras 2 finais de Brasileiro, em 1986, perdendo em casa, nos pênaltis, para o São Paulo, que tinha o ex-atacante bugrino Careca; e em 1987, contra o Sport de Recife. O Bugre disputaria a Libertadores de 1987 e 1988, também com grande destaque.

Outros títulos importantes do Bugre: a taça de prata em 1981, campeão brasileiro da série A2 em 1949 e 2018.

Abaixo, segue os resultados do Guarani no Campeonato Brasileiro de 1978, com destaque para a escalação dos 2 jogos finais contra o Palmeiras.

Primeira fase
1 x 3 Vasco da Gama
2 x 1 Bahia
2 x 0 CSA
0 x 0 Vitoria/BA
1 x 1 CRB
0 x 0 Sergipe
5 x 0 Confiança
2 x 1 Ponte Preta
7 x 0 Itabuna/BA
0 x 2 Volta Redonda
1 x 1 Botafogo/RJ

Segunda Fase
1 x 1 São Paulo
3 x 0 Brasilia/DF
1 x 5 Remo/PA
3 x 0 Caxias/RS
2 x 2 Vasco da Gama
0 x 2 Portuguesa
0 x 0 Coritiba
2 x 0 Villa Nova/MG

Terceira Fase
3 x 0 Internacional
1 x 1 Goiás
2 x 1 Santos
1 x 0 Botafogo/PB
3 x 0 Goytacaz/RJ
1 x 0 Botafogo/SP
1 x 0 Londrina

Quartas-de-final
2 x 0 Sport Recife
4 x 0 Sport Recife

Semifinal
2 x 0 Vasco da Gama
2 x 1 Vasco da Gama

FINAL
1 x 0 Palmeiras
1 x 0 Palmeiras

Finais

1º JOGO
PALMEIRAS 0 x 1 GUARANI
Data: 10/Agosto/1978 Local: Estádio do Morumbi (São Paulo)
Gol: Zenon aos 30 do 2° tempo Árbitro: Arnaldo César Coelho
Público: 104.526
PALMEIRAS: Leão; Rosemiro, Alfredo, Marinho (Zé Mário) e Pedrinho; Jair Gonçalves, Toninho Vanusa e Jorge Mendonça; Sílvio (Escurinho), Toninho e Nei. Téc.: Jorge Vieira.
GUARANI: Neneca; Mauro, Gomes, Édson e Miranda; Zé Carlos, Zenon e Renato; Capitão, Careca e Bozó (Adriano). Téc.: Carlos Alberto Silva.

2º JOGO
GUARANI 1 x 0 PALMEIRAS
Data: 13/Agosto/1978 Local: Brinco de Ouro da Princesa (Campinas)
Gol: Careca aos 36 do 1° tempo Árbitro: José Roberto Wright (RJ)
Renda: Cr$ 1.706.280,00 Público: 27.086
GUARANI: Neneca; Mauro, Gomes, Édson e Miranda; Zé Carlos, Manguinha e Renato; Capitão, Careca e Bozó. Tec.: Carlos Alberto Silva
PALMEIRAS: Gilmar; Rosemiro, Beto Fuscão (Jair Gonçalves), Alfredo e Pedrinho; Ivo, Toninho Vanusa e Jorge Mendonça; Silvio, Escurinho e Nei. Tec.: Jorge Vieira

 

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